quinta-feira, 8 de maio de 2008

Atuação da Mídia no Oriente Médio

Jovem Palestino pousando para as cameras

MITO: Os jornalistas que fazem a cobertura do Oriente Médio são movidos pela busca da verdade.

FATO: Ninguém deveria se surpreender ao ser informado que os jornalistas no Oriente Médio compartilham do mesmo interesse por sensacionalismo que seus colegas que cobrem assuntos domésticos. Os exemplos mais destacados são os repórteres de TV, cuja ênfase no visual em lugar da substância encoraja um tratamento superficial dos assuntos. Por exemplo, quando o correspondente da NBC em Israel foi questionado por que os repórteres vinham para as manifestações dos palestinos na Margem Ocidental, que eles sabiam ser encenadas, sua resposta foi: "Nós entramos no jogo porque precisamos das fotos".


Em países como a Síria, a Arábia Saudita, o Irã ou a Líbia, as redes de TV não têm liberdade para obter as imagens que lhes interessam [por isso as buscam em Israel].
Israel freqüentemente enfrenta a situação difícil de tentar contradizer imagens com palavras. "Quando um tanque entra em Ramallah, isso não é bonito na TV", explica Gideon Meir, do Ministério do Exterior de Israel. "Certamente podemos explicar porque estávamos lá, e é o que fazemos. Mas são só palavras. Contra fotos, temos de lutar com palavras".


A magnitude do problema que Israel enfrenta é clara, conforme foi ilustrado por Tami Allen-Frost, presidente da Associação da Imprensa Estrangeira e produtor da ITN britânica: "A cena mais forte que fica na mente é a de um tanque numa cidade", e: "ocorrem mais incidentes na Margem Ocidental do que atentados suicidas [em Israel]. No final, o que conta é a quantidade".


MITO: As autoridades árabes dizem aos jornalistas ocidentais as mesmas coisas que falam ao seu próprio povo.
FATO: Os líderes árabes constantemente expressam seus pontos de vista de forma diferente em inglês do que em árabe. Eles revelam seus verdadeiros sentimentos e posições aos seus constituintes em sua língua nativa. Para consumo externo, entretanto, eles aprenderam a falar em tom moderado. Geralmente eles apresentam pontos de vista muito diferentes quando falam em inglês para as audiências do Ocidente. Há muito tempo, os propagandistas árabes já se tornaram mais sofisticados na apresentação da sua causa. Eles agora aparecem rotineiramente nos noticiários da TV americana, são citados na mídia impressa e se apresentam como pessoas razoáveis com queixas legítimas. O que a maioria dessas mesmas pessoas diz em árabe, por outro lado, está freqüentemente muito longe do moderado e razoável. Como os israelenses podem traduzir facilmente o que é dito em árabe, eles estão bem informados sobre os pontos de vista dos seus inimigos. Os americanos, porém, bem como outros povos, podem ser facilmente persuadidos pela apresentação enganosa de um propagandista árabe.
Para dar apenas um exemplo, o negociador palestino Saeb Erekat é freqüentemente citado pela mídia ocidental. Depois do assassinato brutal de dois adolescentes israelenses em 9 de maio de 2001, os jornalistas pediram seus comentários. O "Washington Post" noticiou sua resposta:
Saeb Erekat, um funcionário palestino, disse em inglês numa conferência de imprensa: "Matar civis é um crime, quer seja cometido pelos palestinos ou pelos israelenses". Esse comentário não foi reproduzido em língua árabe na mídia palestina.

O aspecto incomum dessa história: o "Washington Post" revelou que o comentário de Erekat foi ignorado pela imprensa palestina.

MITO: Os jornalistas conhecem bem a história do Oriente Médio e, assim, sabem colocar os eventos atuais no contexto apropriado.
FATO: Uma causa das más interpretações sobre o Oriente Médio e da parcialidade da mídia nas reportagens é a ignorância dos jornalistas sobre a região. Quase não há repórteres que falam hebraico ou árabe, de modo que têm pouco ou quase nenhum acesso às principais fontes. Muitas vezes eles repetem histórias que leram nas publicações em inglês da região, ao invés de fazerem reportagens independentes. Quando tentam colocar os eventos no contexto histórico, eles freqüentemente entendem mal os fatos e criam uma impressão incorreta ou enganosa. Um exemplo: durante uma narração sobre a história dos lugares sagrados em Jerusalém, Garrick Utley, da CNN, disse que os judeus podiam orar junto ao Muro das Lamentações durante o governo jordaniano (de 1948 a 1967).[13] Na verdade, os judeus eram impedidos de visitar seu lugar mais sagrado. Esse é um aspecto histórico essencial, que ajuda a explicar a posição de Israel com relação a Jerusalém

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