Nascido em Feira de Santana no ano de 1963, Luiz Caldas iniciou cedo a sua relação com a música imitando os artistas que ouvia no rádio. Logo surgiram as oportunidades nas bandas de baile, onde não só cantava como também atuava como compositor e instrumentista. De técnica apuradíssima, aos poucos Luiz foi se consagrando na Bahia e o estrondoso talento o levou ao famoso Trio Tapajós, quando teve a primeira canção gravada em disco, “Oxumalá”. Até que em 1985 lançou o disco “Magia”, considerado o marco do que passaria a ser definido de axé music. A canção “Fricote” (Nega do cabelo duro) era a mistura da irreverência baiana com o próprio carnaval e estourou nas paradas de sucesso de todo o país.
Além de muitos outros sucessos que vieram no rastro de “Fricote”, como “Haja amor”, “Ajayô”, “Tieta” e “Magia”, Luiz Caldas passou a se destacar no cenário nacional também pelo estilo inovador, utilizando figurinos despojados e apresentando-se nos palcos com os pés descalços. Mais do que canções apenas para rebolar, como erroneamente disparavam os críticos, as letras das suas canções sempre primaram pela beleza, com fortes traços poéticos e uma sonoridade envolvente. Exemplo da aguçada sensibilidade do artista está na composição “É tão bom”, que poderia perfeitamente ser incluída num disco de Milton Nascimento.
Luiz Caldas está a 25 anos encantando gerações com sua música que preza pela alegria, misturando rock, MPB e axé num caldeirão sonoro tipicamente baiano. E toda a magia de um dos mais completos músicos brasileiros será mais uma vez vivenciada às margens do Velho Chico, no próximo dia 28, durante o Carnaval 2010 de Juazeiro. Luiz não esconde a alegria de cantar a tantos anos na terra de João Gilberto.
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