'Resistência até o fim', dizem famílias de policiais grevistas em Salvador
06/02/2012 - 23h01 |
Em Salvador
Bahia vive onda de saques e assassinatos com greve de policiais
Foto 27 de 59 - 05.fev.2012 - Policiais Militares em greve, acampados na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador, prestam continência à bandeira nacional. O clima ficou tenso com a possível invasão da Casa pelas tropas da Polícia Federal Mais Lúcio Távora/Agência A Tarde/AE
Mais de mil soldados e policiais cercam a Assembleia Legislativa, ocupada há seis dias por centenas de policiais e seus familiares, que reivindicam aumento salarial e anistia.
Em um vasto campo em frente ao edifício de quatro andares, as famílias se reúnem com cartazes e repetem palavras de ordem que vão ao encontro das reivindicações dos grevistas.
"Não ao derramamento de sangue", "Homens de bem" e "Não ao confronto, sim à paz", dizem alguns dos coloridos cartazes improvisados.
"Tudo é culpa do governo. O governador (da Bahia, Jaques Wagner) os trata como terroristas, quando são homens que cuidam dele, dão proteção a ele e a todos os cidadãos da Bahia", revolta-se Gracieni Santana, de 23 anos, cujo marido está entre os 200 policiais que ocupam a Assembleia.
Crispiano Quirino, que como vários manifestantes exibe bandeiras da Bahia e do Brasil, corre emocionado com a verde e amarela nos ombros, em meio ao enorme círculo que reúne todos os familiares para rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria.
O helicóptero sobrevoa o prédio durante quase uma hora, cada vez mais baixo, mas com o passar do tempo, os manifestantes de fora param de prestar atenção. "Querem nos intimidar, mas não vão conseguir", repetem, quase em coro, para dar ânimo uns aos outros.
"A resistência é até o fim", afirma Lázaro de Jesus, policial de 40 anos, que aderiu à greve.
"Este movimento está crescendo e está se tornando um movimento nacional, Não é mais só da Bahia. Rio de Janeiro e Ceará também poderiam se juntar. Isto é pela dignididade da polícia do Brasil", assegura.
Segundo os familiares, um grupo de policiais do interior baiano se mobilizam rumo à capital, Salvador, para apoiar o movimento no acampamento. "Mas estão fechando todos os acessos. Estes vândalos se negam a que a cidadania venha e proteste, mas não vão conseguir", desafia Celia Maria Santana, de 53 anos.
Os acessos à Assembleia Legislativa do estado da Bahia estão bloqueados com veículos blindados e dezenas de soldados, e em frente ao edifício há pelo menos 300 homens do Batalhão de Choque do Exército.
"Esta casa é a mais vigiada do Brasil, nem a casa do 'Big Brother' é tão vigiada", brincam os jovens em frente ao norme contingente, que se mantém firme e inexpressivo.
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A noite cai e, em meio ao campo, dois meninos brincam com garrafas de plástico vazias e terra do jardim, enquanto a poucos metros Mônica de Carvalho recebe e organiza caixas com água e alimentos, ao redor das quais são montadas barracas de camping para dormir.
"Temos água, pão, manteiga, mordadela, frutas, suco, leite. Arrecadamos dinheiro entre nós para comprar e algumas coisas são doadas por empresas", conta esta mulher de 37 anos.
O prédio da Assembleia Legislativa fica às escuras e o silêncio começa a se espalhar por toda a área, à espera de um novo dia desta greve que, segundo os manifestantes, durará "o tempo que for necessário".
Fonte: Uol Noticias
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